cartas que nunca te enviei (1)*

Porto, 06 de Janeiro de 2004

Meu lindo, 

Lembraste de como tudo começou? Uma simples troca de olhares, uns sorrisos tímidos e a partir desse dia quem diria que as coisas se iriam encontrar assim. Nunca pensei que tu olhasses para mim desta maneira, nunca pensei que viesses a ser assim tão meu. Se te queria? Não, não queria, nunca olhei para ti como algo meu, sempre te vi como o rapaz de outra rapariga.

Talvez nunca tenha olhado para ti com aquela vontade de que fosses meu, porque quando tu apareceste, tu sabes como eu estava, se era isso que eu queria? Naquele momento sim, tu eras apenas um colega de escola. Se errei? Talvez sim, talvez não. Mas senão o tivesse feito não me teria nunca aproximado de ti. Sabes, que eu gostei imenso de te conhecer, sempre te mantiveste do meu lado mesmo quando eu não estava certa a ouvir-me e a fazer-me sorrir.

Já me perguntaram imensas vezes o porque de eu depositar em ti a minha felicidade e porque de eu te achar o 'melhor de mim', e sabes o que eu respondo? Que se deposito em ti a minha felicidade é porque sei que aconteça o que acontecer tu irás sempre cuidar dela, tu irás tratar dela como se fosse de ti que se trata-se e nunca vais deixar ninguém interferir na minha felicidade e és o 'melhor de mim', porque, tu sabes.

Ando a ficar maluquinha, este tempo todo sem te ver está acabar comigo. Sinto saudades do teu corpo, sinto saudades de sentir a tua pele, de ouvir o teu riso, de puder contemplar o teu olhar, sinto saudades tuas. Por isso estou à espera de ti, como sempre estive desde o dia em que partiste, mas por favor desta vez vem rápido.

Com amor,

Sara.

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