uma conversa

Já era tarde e eu ainda não dormia; tinha a televisão ligada mas não lhe estava a prestar atenção, encontrava-me com o computador ligado sobre as pernas, tinha pessoas a falar comigo mas eu ignorava-as, só tinha atenção para aquele texto que não conseguia fechar, li-o vezes e vezes sem conta, até dar por mim a chorar sem conseguir parar.

A cada minuto que passava as lágrimas eram cada vez mais, e mesmo debaixo daquele sofrimento eu continuava a olhar para aquele texto, a ler cada palavra mais que uma vez e a cada letra um enorme aperto no peito se instalava. Percebi que nada daquilo que estava ali escrito era verdade; percebi que tudo se tinha ido sem uma razão óbvia; cada promessa que fizeste não foi cumprida.

Quando já não tinha noção do que fazia, comecei apagar o texto, letra a letra; comecei apagar a nossa história; no momento em que já não aguentava mais, em que já não conseguia respirar por causa da dor que se estava a formar no meu peito, tu lembraste-te e vieste falar comigo como quem não quer nada.

Viraste-te para mim e disseste:

A: Olá Sara.

S: Olá!

A: Como tens andado? - perguntaste tu.

S: Vou melhorando com o tempo e tu?

A: Vou superando a "nossa" ausência.

Quando li isto fiquei sem reacção , então respondi-te:

S: Deves estar a brincar comigo?! Primeiro deixas-me, dizes-me que eu não te fazia feliz e agora vens dizer isto?

A: Desculpa Sara não era minha intenção, acredita que gosto mesmo de ti e sempre gostei, mas naquele momento eu não compreendia que eras tu quem me fazia mesmo feliz.

S: Pois, vieste tarde demais. Eu gosto muito de ti, não vou mentir mas deixaste-me aqui quando eu mais te queria, deixaste-me a sofrer e não quiseste saber se o meu sentimento por ti era verdadeiro ou não, só quiseste saber de ti e do teu umbigo. Agora é um bocado tarde para vires pedir perdão, não achas?!

A: Desculpa, eu sei que te magoei; sei que só pensei em mim; sei que te fiz sofrer bastante, mas percebe que naquele momento eu não me sentia feliz do teu lado, eu não sentia que eras tu a certa.

S: Não era isso que dizias. Tu disseste que gostavas de mim, que eu era tudo, que era comigo que ias ficar sempre, que não ias deixar que eu saísse da tua vida por nada. Privei-me de muita coisa por ti, para tu no fim cagares na minha cara e ires embora.Tu não gostas, nem nunca gostaste de mim, tu só gostas do facto de andares por aí a dizer que tens alguém.

A: Agora não é assim, eu gosto mesmo de ti, tu achas que se fosse só para andar a dizer que tenho "namorada" eu vinha ter contigo? Não Sara, arranjava outra.
Eu quero-te a ti agora e sempre; por favor volta, eu juro que desta vez te faço feliz.

S: Não jures, nem faças promessas porque nunca as consegues cumprir, nunca cumpriste nenhuma, não ia ser agora que o ias fazer. Não quero saber se arranjavas outra ou não, tu magoaste-me muito e isso mudou-me. Eu estou feliz e acredita que não é à tua custa.

A: Por favor, acredita em mim, dá-me uma chance de te mostrar que estou diferente; dá uma hipótese de voltar haver um "nós".

S: Olha sê feliz como e com quem quiseres; eu já não quero saber de mais nada. Fica bem !

A: Por favor, não faças isto, não me deixes. Só serei feliz se tu estiveres comigo, por favor desculpa-me.

S: Estas desculpado, mas não volto para ti, para isso acontecer luta e faz para que eu note diferenças; enquanto não o fizeres, TXAU!

A: Eu mudo por ti, mas ficas comigo Sara?!

S. encontra-se offline.

Nem sabes a vontade que tinha de dizer para voltares, nem sabes o quanto queria estar nos teus braços novamente, mas foste-te embora e a tua ausência magoa, mas como já estou habituada a ela, sinto que de uma maneira simples sou feliz.

(é ficção xd)